Venceu sábado (02/08/2014) o prazo de quatro anos para que todos os
municípios do país acabem com os lixões e criem locais adequados para
destinação dos resíduos sólidos, medida integrante do Plano Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS) regulamentado por meio da lei 12.305.
Apenas 2.202 cidades, o que representa 40% dos municípios do país,
cumpriram essa meta.
Entidades representativas de municípios alegam que o prazo de quatro anos para adequação à lei foi curto e pedem prorrogação. Se nada mudar, responsáveis por lixões serão enquadrados por crime ambiental, sob pena de multas que podem chegar a R$ 50 milhões.
Brasil precisaria investir R$ 6,7 bilhões para dar fim adequado a resíduos sólidos, para extinguir lixões até 2014, mas esbarra em pequenos municípios.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, informou que o governo não irá baixar qualquer medida estendendo esse prazo, como estão solicitando entidades ligadas às prefeituras. A ministra afirmou que o governo defende um debate no Congresso Nacional sobre o assunto e, se os parlamentares assim entenderem, ampliem esse prazo.
Na avaliação da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), a lentidão do próprio governo federal dificulta a implantação da PNRS já que o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir), órgão ligado ao MMA e criado para coordenar e apoiar o cumprimento da lei 12.305, ainda não saiu do papel.
Marco histórico da gestão
ambiental no Brasil, a lei que estabeleceu a Política Nacional de Resíduos
Sólidos lançou uma visão moderna na luta contra um dos maiores problemas do
planeta: o lixo urbano.
Tendo como princípio a
responsabilidade compartilhada entre governo, empresas e população, a nova
legislação impulsiona o retorno dos produtos às indústrias após o consumo e
obriga o poder público a realizar planos para o gerenciamento do lixo. Entre as
novidades, a lei consagra o viés social da reciclagem, com participação formal
dos catadores organizados em cooperativas.
Promulgada no dia 2 de
agosto de 2010, após amplo debate com governo, universidades, setor produtivo e
entidades civis, a Política Nacional promoveu mudanças no cenário dos resíduos.
As providências a serem
tomadas pelos municípios fazem parte de um novo conceito: Seria o gerenciamento
integrado do lixo, que envolve diferentes soluções, como a reciclagem e a
disposição dos rejeitos em aterros que seguem critérios ambientais.
Pela nova lei, os governos
municipais e estaduais tinham prazo de dois anos para elaborar um plano de
resíduos sólidos, com diagnóstico da situação lixo e metas para redução e
reciclagem, além de dar um fim aos lixões e buscar soluções consorciadas com
outros municípios.
Devem também identificar os principais geradores de
resíduos, calcularem melhor os custos e criar indicadores para medir o
desempenho do serviço público nesse campo.
A existência desse plano,
que seria simplificado nas cidades com menos de 20 mil habitantes, é condição
para o acesso a recursos da União. Terão prioridade às fontes financeiras do
governo federal os municípios que implantarem coleta seletiva com participação de
cooperativas de catadores.
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